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The Precinct

Averno City, 1983. Gangues governam as ruas e o teu pai morto. Limpa a cidade, descobre a verdade e embarca em emocionantes perseguições de veículos através de ambientes destrutíveis neste jogo de polícia de sandbox de ação estilo neon-noir.

The Precinct

Introdução

Data de Lançamento: 13 de maio de 2025
Plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X e Series S, GeForce Now, Microsoft Windows
Desenvolvedor: Fallen Tree Games Limited
Preço: 29,99 €
Descrição:Assumes o papel de um polícia novato, Nick Cordell Jr., e patrulhas a cidade de Averno. A campanha principal acompanha-te na investigação do assassinato do teu pai, enquanto geres o caos diário da cidade.

Metodologia

Género: Ação, Indie, Simulação
Modo: Singleplayer
Condição de Vitória: Concluir a campanha toda.
Gameplay Overview: Começas o teu turno na esquadra, onde escolhes a viatura e a zona de patrulha. Recebes chamadas de emergência pela rádio e deves ir ao local do crime. As tuas ações, desde passar multas de estacionamento a prender criminosos, dão-te pontos de experiência que te permitem subir de nível e desbloquear novas habilidades e reforços. 

Análise

Interface

A interface de The Precinct é simples e funcional. Focada na jogabilidade, não tem elementos que distraem, mas também não é particularmente memorável. O estilo visual e a câmara isométrica, muito semelhantes aos jogos clássicos de crime em mundo aberto, são o destaque. É fácil navegar pelos menus e aceder a informações sobre missões e registos de crimes. No entanto, em momentos de ação mais intensa, alguns elementos podem parecer um pouco básicos e não tão intuitivos, mas a curva de aprendizagem é rápida, permitindo que te concentres no que realmente importa: patrulhar as ruas.

História

A história coloca-te na pele de Nick Cordell Jr., um polícia novato em Averno City, que tenta desvendar o assassinato do seu pai. É uma narrativa que presta homenagem aos filmes policiais dos anos 80, com uma vibe “neo-noir” bastante presente. Embora a premissa seja cativante, o enredo não é o ponto mais forte do jogo, e os momentos iniciais podem ser um pouco aborrecidos. O diálogo é, por vezes, um pouco exagerado e cliché, o que pode dar a impressão de uma série de comédia. No entanto, a história é um bom pretexto para a ação e para explorares a cidade, mantendo-te envolvido o suficiente para querer ver como tudo acaba.

Jogabilidade

A jogabilidade do jogo é o seu grande motor, combinando simulação policial com ação em mundo aberto. Tens liberdade para patrulhar as ruas de Averno City a pé, de carro ou até de helicóptero, respondendo a crimes gerados dinamicamente. No entanto, a experiência de condução pode ser frustrante. As físicas dos veículos são inconstantes e alguns parecem não ter controlo, o que torna as perseguições mais desafiantes pelas razões erradas. A repetição das patrulhas, com o tempo, também pode levar a um certo cansaço após a campanha principal.

Comunidade

O jogo conta com uma comunidade ativa e crescente, especialmente na Steam, onde tem uma avaliação “Muito Positiva” e milhares de análises de utilizadores. O servidor oficial de Discord é um ponto de encontro para os fãs, onde podem partilhar dicas e experiências com os criadores do jogo. A Fallen Tree Games, a produtora, tem demonstrado atenção aos jogadores e tem lançado atualizações importantes, como o modo solo e personalização, o que mostra um compromisso em melhorar e expandir a experiência. Isto sugere um futuro promissor para o jogo, com a comunidade a ser uma parte vital do seu desenvolvimento.

Sensação de Recompensa

A sensação de gratificação em The Precinct vem principalmente de dois lados: a ação e a simulação. Por um lado, prender um criminoso após uma perseguição ou um tiroteio bem-sucedido é extremamente recompensador. Por outro, o lado mais metódico de preencher relatórios, seguir os procedimentos e ver o teu trabalho a fazer a diferença em Averno City, embora de forma simbólica, também é bastante satisfatório. A progressão do personagem, ao desbloquear novas habilidades e equipamentos, dá um bom sentido de avanço e recompensa o teu esforço em manter a ordem na cidade. Há também imensas proezas e troféus para alcançarem e desbloquearem.

O que mais gostamos

Sem dúvida, a atmosfera dos anos 80. A estética “neon-noir”, a banda sonora e a câmara isométrica transportam-nos para uma era de ouro do cinema de ação e dos videojogos. A liberdade do mundo aberto e o sistema de crimes dinâmicos também são bons, pois fazem com que cada patrulha seja diferente.

O que menos gostamos

A repetitividade das missões a longo prazo, especialmente depois da campanha principal. A narrativa, embora com uma premissa interessante, não é a mais profunda. No entanto, a maior falha é a física de condução dos veículos, que por vezes parecem difíceis de controlar e não reagem como deveriam. Alguns utilizadores na PS5 também notaram falhas técnicas, principalmente com a IA e a física de alguns NPCs, mas nada que comprometa a experiência de forma séria.

O que o torna único

The Precinct destaca-se por ser uma carta de amor aos jogos como o Grand Theft Auto, mas com uma perspetiva única: a de ser um polícia. O jogo equilibra bem a simulação (com a necessidade de seguir procedimentos) com a ação arcade (com perseguições e tiroteios) de uma forma que poucos jogos conseguem. A estética dos anos 80 é o que lhe dá uma identidade forte e memorável, distinguindo-o de outros simuladores policiais mais sérios.

Deves evitar se

Deves evitar este jogo se esperas um simulador policial ultrarrealista com uma história profunda e complexa. Se a física dos carros e a sensação de controlo são cruciais para ti, este jogo pode não ser a melhor opção. E se procuras algo com a escala e o orçamento de um jogo AAA (triple A), como um GTA, é melhor teres as expectativas em cheque. É um jogo indie com charme, mas com as suas limitações.

Género e jogos equivalentes

The Precinct é um jogo de ação-aventura e simulação policial. Os seus equivalentes mais relevantes são:

  • Grand Theft Auto (títulos clássicos): Partilha a perspetiva de câmara isométrica e o mundo aberto de crime, mas inverte os papéis, colocando-te do lado da lei.
  • Police Simulator: Patrol Officers: Um simulador policial mais focado no realismo, mas com o mesmo conceito de patrulhar e responder a crimes de forma procedural.
  • Miami Vice: O jogo tem uma inspiração clara nos filmes e séries policiais dos anos 80, o que o torna uma versão jogável de um “filme de ação policial”.

Conclusão

The Precinct é um jogo que, para os fãs de uma boa dose de nostalgia e de ação, cumpre a sua promessa. Não é perfeito, mas é um exemplo fantástico de como uma ideia simples e bem executada pode ser extremamente divertida. Na PlayStation 5, a experiência é fluida e o DualSense adiciona uma imersão extra, com a vibração e os gatilhos a reagirem ao que acontece no jogo.

A atmosfera dos anos 80 é o seu grande trunfo, com uma banda sonora e um estilo visual que te transportam para uma época de filmes de ação “buddy cop” e séries de TV. No entanto, a física de condução pode ser um ponto de discórdia, já que o controlo dos veículos não é sempre o ideal, algo que pode prejudicar a diversão das perseguições.

Apesar de ser um jogo indie, com algumas falhas, a sua proposta de ser um polícia num mundo aberto com crimes dinâmicos tem o seu charme. É uma lufada de ar fresco para quem sempre quis ver o outro lado da moeda nos jogos de crime.

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Notas finais:
Gameplay por Dikkas em PS5.

Chave cedida por Press Engine.

The Precinct

29.99 EUR
6.9

História

7.0/10

Gráficos

8.0/10

Jogabilidade

6.0/10

Otimização

7.0/10

Longevidade

6.0/10

Cinemática

7.0/10

Música

7.0/10

Prós

  • Visual retro dos anos 80
  • Sistema de crimes dinâmico
  • Experiência "polícia de GTA"
  • Combate a pé e missões
  • Boa banda sonora

Contras

  • Física dos carros falha
  • Repetitivo a longo prazo
  • Narrativa previsível
  • Problemas menores de IA/NPC
  • Momentos iniciais aborrecidos
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Paulo Castro

Paulo Castro

Cargo: Game Review Specialist (Consoles)
Naturalidade: Vila do Conde
Licenciado em Engenharia Mecânica pelo ISEP e com Grau de Mestre em Engenharia Mecânica, com especialização em Automação, na FEUP. Gosto de aprender coisas novas e por essa razão estou sempre à procura de algo novo para fazer. Tendo a oportunidade de adquirir uma impressora 3D não hesitei e desde então tenho explorado tudo este novo mundo.