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Despot’s – Um roguelike autobattler distópico

Introdução

Data de lançamento: 14 de outubro de 2021

Plataformas: PC, MAC e Linux

Desenvolvedor: Konfa Games

Editora: tinyBuild

Preço: 12,49€ na Steam

Descrição: Um Roguelike tático, num futuro não muito distante, em se é colocado à prova num labirinto mortífero!

Metodologia

Género: Roguelike, Tático, Autobattler, 8Bit

Modo: PVE

Condição de vitória: Derrotar inimigos.

Gameplay Overview: Constrói a tua equipa estrategicamente, de forma a derrubar as cada vez mais difíceis hordas de inimigos – mas tem cuidado, não te esqueças de alimentar o teu exército.

Análise:

Da editora que nos trouxe jogos comos Streets of Rogue e Punch Club, está aí a mais recente criação da tinyBuildDespot’s Game.

Um jogo enquadrado num cenário pós-apocalíptico, em que pessoas são descartáveis e usadas como um simples recurso. O foco passa-se num labirinto macabro, em que tudo parece uma peculiar experiência. A estes podem ser atribuídos qualidades como as de um mago, de um curandeiro ou de um lutador, adquirindo itens com qualidades específicas nas lojas distribuídas pelo mapa em grelha, que deriva inspiração de clássicos como The Legend of Zelda, mas mais recentemente utilizados em lendas do mundo indie, como The Binding of Isaac. Tal como este último, Despot’s Game detém alguns elementos de roguelike, como a variedade de eventos que acontece ao longo do jogo, dispersados aleatoriamente pelo mapa, e a rejogabilidade, no sentido em que duas jogadas nunca são iguais.

Contrariamente aos aspetos clássicos de roguelikes, este jogo apresenta um elemento de autobattler, em que o foco da jogabilidade se torna a gestão de recursos, como dinheiro, foco em usar unidades diferentes da mesma classe, o posicionamento estratégico dos elementos de equipa, como é comum no estilo, e, neste caso, também comida. Tudo isto é exposto no tutorial, e se seguido à risca, são ótimas guidelines para atingir o sucesso, mas também pode tornar-se num problema para o jogador, pois, se não se entrosarem com as mecânicas rápido o suficiente, estagna-se com facilidade devido a uma progressão de dificuldade não é coerente, o que rapidamente se pode tornar frustrante para quem não esteja habituado a estes géneros.

Centrando-nos nos aspetos estilísticos, existe uma vaga história, mas como é frequente neste tipo de jogos, esta perde-se, pois é impossível estar em constante progressão, pois, para tal, a mitologia e a história teriam de ser colossais. Durante a progressão do jogo são apresentados alguns prompts no estilo de RPG clássico, em que o jogador tem que tomar decisões em cenários apresentados e é nestes momentos que o jogo tem oportunidade de mostrar o seu charme, e que na minha opinião falha um pouco, pois todos estes momentos são encharcados de sarcasmo, o que até é engraçado as primeiras dez vezes que nos deparamos com tal aspeto, mas a certo ponto torna-se cansativo e maçador. Nestas ocasiões e ao longo do jogo, este está repleto de referências de outras propriedades intelectuais, como por exemplo, o franchise do Exterminador Implacável, Star Wars, e estas alusões estendem-se aos equipamentos, como, o lightsaber do Kylo Ren, o fato da Sailor Moon, entre outros.

Embora este jogo esteja em early access, como muitos outros nessa situação, já se sente bastante completo e jogável. E apesar de ser divertido e possível para qualquer um, conseguir encontrar umas boas horas de entretenimento em Despot’s Game, este não foge à malásia de quando um estilo de jogo em voga, neste caso autobattlers, é misturado com o roguelike, a amálgama é repetida exaustivamente até chegar ao ponto de criar a atingir a fórmula derradeira. Mesmo com boas mecânicas e uma boa quantidade de desafios e objetivos a cumprir, no seu estado atual, no que consta a combinação de géneros sinto que Despot’s Game, é uma mera paragem e não o destino.

Despot's Game: Dystopian Army Builder

12.49€
6.5

Gráficos

6.0/10

Jogabilidade

7.0/10

Otimização

10.0/10

Longevidade

6.0/10

Música

5.0/10

História

5.0/10

Prós

  • Boas mecânicas de jogo
  • Bom tutorial

Contras

  • Dificuldade exponencial
  • Constante sarcasmo torna o jogo exaustivo
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Alexandre Brito

Alexandre Brito

Cargo: Senior Game Reviewer (Indie)
Naturalidade: Rio Tinto

Licenciado pelo ISEP em Engenharia Eletrotécnica de Sistemas Elétricos de Energia. Atualmente no Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.

Tenho uma certa afinidade a jogos indie, inicialmente devido a limitações de hardware, mas o gosto nunca desapareceu. Também sou um grande amante de cinemas. Em geral uma apreciação e curiosidade por coisas novas.