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Inertial Drift – Indie Arcade Racer

Um mundo estranho em que dobrar uma curva é, ao mesmo tempo, a coisa mais difícil e a mais simples de se fazer? Isto é possível em Inertial Drift, um indie arcade racer, que me fez sentir que estava mesmo a jogar numa máquina de árcade, pela música e pelo quão rápido me prendeu. Se tivesse uns 12 anos estaria pronto a gastar a minha mesada numa tarde.

A dificuldade do jogo é determinada em função da personagem seleccionada entre o grupo de quatro amigos. Cada um demonstra uma certa proficiência para o complexo estilo de corrida, facto que se evidencia no prólogo da história, no qual se compreende os distintos estados das personagens em relação à sua carreira de automobilista. Assim, a dificuldade é ajustada, sendo que o menos experiente detém o carro mais fácil de dominar e, por esta lógica, o mais experiente é o detentor do veículo mais difícil.

Os bem construídos segmentos da história apresentam uns três ou mais eventos por região, cada vez mais exigentes e às vezes explorando zonas diferentes da área, mas que ao mesmo tempo promovem a aprendizagem e ajudam o jogador habituar-se aos carros e aos percursos. Por norma, estas secções do jogo culminam num duelo contra um corredor que não se encontra no grupo protagonista e que, uma vez derrotados, podem ser debloqueados noutros modos de jogo. Nem todos eventos se focam em simples corridas, havendo igualmente os que desenvolvem a aptidão na técnica de condução em foco.

Embora haja quatro narrativas distintas para explorar, não há tempo suficiente para desenvolver algum interesse pelas personagens, mas existe margem para examinar os dois aspetos que mais se destacam: a jogabilidade e a direção artística.

No que concerne ao primeiro, como salientei anteriormente, a sua dificuldade varia, sendo que vai desde um mero “acelerar e fazer drift”, até um jogo delicado envolvendo o acelerador, o travão e os quatro inputs que permitem a mudança de direção.

Quanto à direção artística, é completamente impossível fazer qualquer tipo de comentário negativo. Todos os circuitos têm um estilo retro futurístico vibrante e distinto de mapa para mapa, passando por um sortido de cenários como neve, castelos, palácios orientais e mais do que um estilo de montanha. Poucos jogos de corridas acertam na luz tal como este, o que diz muito tendo em conta que todo o jogo se passa entre o fim do dia e a noite. Nenhum detalhe espacial se torna monótono, mesmo usando uma quantidade tão limitada e, ao mesmo tempo, deliberada de cores.

Além do modo de história, o jogo disponibiliza um avantajado conjunto de desafios para completar, um modo de splitscreen, Grand Prix e até online.

Com muita pena minha, vou ser presunçoso e apontar um par de coisas menos positivas, por insignificantes que sejam. A certa altura encontrei alguns problemas com os espaços físicos, tendo mesmo atravessado uma rocha e visto luzes através de objetos (seria eu um fantasma?). Além disso, algo que beneficiaria bastante o jogo seria alguma customização para além da possibilidade de mudar a cor do carro. Em adição, algo que gostaria que houvesse no jogo seria um Photo Mode, pois seria possível sacar uns bons wallpapers.

Para concluir, não posso deixar de sublinhar, embora jogos deste estilo indie serem poucos, diria, sem problema nenhum, que este é dos melhores arcade racers dos últimos anos e não pode ser ignorado.

Neste vídeo de gameplay partilhamos as seguintes secções:
Race/City Skyline Circuit/Coda Gecko/Classe C
Style/Frozen Precipice Circuit/HPE Jester/Classe B
Time Attack/Kirino Forest Circuit/Terra Dart/Classe C
Duel/Sunset Sea Circuit/Venom Ind. Bullet/Classe C
Endurance/Bay Bridge Run Circuit/Venom Ind. Ventus/Classe C

Versão testada: PC

Amostra cedida por: PQube

Inertial Drift

8

Gráficos

9.0/10

Jogabilidade

10.0/10

Otimização

8.0/10

Longevidade

6.0/10

Cinemática

9.0/10

Sonoridade

8.0/10

História

6.0/10

Prós

  • Jogabilidade única e cativante
  • Estética deslumbrante

Contras

  • Pouca customização
  • Música repetitiva
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Alexandre Brito

Alexandre Brito

Cargo: Senior Game Reviewer (Indie)
Naturalidade: Rio Tinto

Licenciado pelo ISEP em Engenharia Eletrotécnica de Sistemas Elétricos de Energia. Atualmente no Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.

Tenho uma certa afinidade a jogos indie, inicialmente devido a limitações de hardware, mas o gosto nunca desapareceu. Também sou um grande amante de cinemas. Em geral uma apreciação e curiosidade por coisas novas.