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Griftlands [Alpha]

Oh não, vou falar uma vez mais de um jogo de cartas!

Eu sei, peço desculpa, mas como qualquer outro jogo do género que trouxe à vossa atenção, eu prometo que há uma razão para isso. O jogo a que me refiro chama-se Griftlands, atualmente encontra-se em early access pela Epic store, e em breve chegará à plataforma Steam.

Como já referi, Griftlands é um CCG (card collecting game), que decorre ao longo de 5 dias de jogo, mas o que apresenta de original – para além de detalhes dos já muito vistos de roguelike – são os aspetos de rpg.

No que concerne a este último, o jogo traz à mesa um sistema simples de relacionamento e questlines. Estas, por norma – considerando o que até então está disponível no jogo -, separam-se em duas linhas distintas que, obviamente, afetam a história e prosseguimento do jogo. Tal situação incentiva a continuar a jogar.

Para já, o jogo apresenta duas opções de personagens com as quais jogar, com uma terceira confirmada a surgir entretanto. Cada uma possui um mapa, missões, histórias e mecânicas de jogo distintas, e elementos que só podem ser completamente explorados com várias jogadas.

Algo que a Klei, a desenvolvedora do jogo (conhecida por projetos como Shank e Don’t Starve), traz de inovador a este projeto, para além do já mencionado, é um sistema de negociação, uma forma alternativa de combate baseada em encontros em que o recurso cartas é imperial, mas em que a derrota num encontro deste tipo não resulta no final do jogo. Este sistema em tandem com o clássico estilo de combate de CCG ao qual fomos habituados com jogos como Slay the Spire, resulta numa certa frescura no que toca à resolução de conflitos no decorrer do jogo, quebrando a monotonia do uso repetitivo das mesmas cartas a cada dois minutos e a procura da combinação que garante a vitória.

A mitologia do universo Griftlands é bastante interessante, sendo que cada personagem mostra partes diferentes do mundo em que este jogo é contido. Depois de jogar um pouco, as distintas fações imaginadas pela Klei tornam-se claras. E a empresa inclui no jogo um glossário durante o diálogo, o que leva a que memorizar quem é quem e as intenções de cada grupo nunca seja maçador.

Embora o possa considerar um jogo interessante e algo especial e diferente, não consigo deixar de ter algumas implicâncias que me incomodam. Após três ou quatro jogadas bem-sucedidas com cada personagem (que duram cerca de uma hora e meia a duas horas), sinto-me pouco motivado a continuar a jogar até à nova personagem, ou então até novo conteúdo estar disponível, pois a mecânica do jogo torna-se repetitiva e aborrecida. O boss apresentado no fim de cada dia é o mesmo que na jogada anterior, podemos ter um novo fato ou uma carta nova, mas ao mesmo tempo, já fiz isto, já o derrotei… Algo que gostaria de ver no jogo seria mais tangentes distintas quanto às missões propostas e talvez mais opções de mini-boss ao fim do dia.

Em suma, recomento vivamente que dêem uma vista de olhos a Griftlands, uma vez que aquilo que já se encontra disponível para jogar resulta numa visão bem executada de um CCG, que promete muito mais.

Teste feito em Maio de 2020 na plataforma PC.

Griftlands

12.49 €
7.8

Música

7.0/10

Visuais

8.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Otimização

9.0/10

Longevidade

6.0/10

História

8.0/10

Prós

  • Visuais apelativos que proporcionam um bom ambiente
  • Mundo e mitologia densos
  • Boas mecanicas de jogo

Contras

  • Demasiado linear
  • Por vezes repetitivo
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Alexandre Brito

Alexandre Brito

Cargo: Senior Game Reviewer (Indie)
Naturalidade: Rio Tinto

Licenciado pelo ISEP em Engenharia Eletrotécnica de Sistemas Elétricos de Energia. Atualmente no Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.

Tenho uma certa afinidade a jogos indie, inicialmente devido a limitações de hardware, mas o gosto nunca desapareceu. Também sou um grande amante de cinemas. Em geral uma apreciação e curiosidade por coisas novas.