Metro Exodus
Ah… Shooters… Não sou muito afeto a este género e com a entrada dos jogos competitivos como Overwatch, Fortnite, entre outros, afastei-me ainda mais deste género de jogos.
Apesar disso ainda me vejo a jogar algumas franquias como é o caso de Metro. Mas esta franquia tem algo de diferente. Sempre fui apaixonado por jogos com uma grande componente narrativa, e esta franquia é das que mais apresenta isso mesmo. Grandes cutscenes, aliadas a momentos de tensão enorme, com um mapa ligeiramente linear. Mas algumas coisas mudaram desde Metro Last Light.
Dois anos se passaram desde o final feliz que tivemos no anterior capítulo, ou pelo menos assim a 4A Games assume, e o nosso protagonista mudo, Artyom, contínua em busca do seu sonho: viver na superfície. Traz consigo os Spartan Rangers, numa intensa viagem de comboio por uma Rússia pós-apocalíptica, onde a principal mudança que a produtora nos apresenta é a sensação de mundo aberto. Os quatro distritos apresentados ao longo do jogo são grandes e carregam bons elementos de mundo aberto mas, na altura das missões principais, guiam linearmente Artyom para onde este tem de levar a cabo a sua missão. Estes distritos são apresentados em diferentes estações do ano, com ciclo de dia-noite, o que traz ainda mais uma sensação de diversidade e vivacidade ao ambiente. Este jogo apesar de ter um “semi-mundo aberto” por trás de si, não consegue chamar muito o jogador para explorar. A existente variedade de monstros e humanos não são suficientes para o jogador arriscar os escassos recursos que o jogo nos apresenta, em viagens que pouco acrescentam e se revelam muitas vezes um prejuízo de recursos. O sistema de crafting continua muito bom e deixa à escolha do jogador decidir que armas levar na próxima missão, tendo por base o seu estilo de jogo e os inimigos que irá enfrentar.
Graficamente o jogo está tremendo. Criado para as novas arquiteturas da Nvidia, as RTX, apresenta muitos detalhes e foi cuidadosamente criado para dar ao jogador a sensação que tudo a sua volta está vivo e pertence a um mundo real que pode alterar a qualquer momento, levando assim o jogador a imergir dentro do jogo. Assim como os anteriores jogos também acarreta um nível de terror “injustificado”, pois utiliza espaços mal iluminados e apertados, que nos deixam sempre com dúvidas se no momento seguinte um inimigo pode surgir, uma escolha que pode não agradar a todos. A juntar a este visual e jogo de iluminação, a banda sonora de Exodus está também ela muito bem sincronizada com os momentos do jogo. Todo o ambiente criado pela 4A Games está pensado ao pormenor, deixando até o mais corajoso dos jogadores em alerta.
A Narrativa que nos é apresentada é tão ou mais intensa que o ambiente. Desde os túneis do metro de Moscovo, às viagens longas no Aurora até ao local que Artyom sempre desejou estar, na superfície, a recomeçar uma nova vida. Toda a história é rica em emoções e deixam o jogador sempre a pedir mais.
Em suma, Metro Exodus é, para mim, o melhor jogo da franquia e deixou-me muito mais entusiasmado que Shadow of Tomb Raider, último jogo do género que joguei e que também possui uma boa componente narrativa. História, ambiente, música e um personagem que sem dizer uma única palavra consegue dizer tudo o que pretende a qualquer altura. Só tenho a pedir é que a produtora traga agora uma nova franquia tão boa, ou melhor, que esta.
Versão em teste: Metro Exodus – Gold Edition/Aurora Edition PC Exclusivo Epic Games