Slay the Spire
TCGs (Trading Card Games) e Roguelikes são dois estilos de jogos do mercado actual que começam a mostrar alguma saturação. No caso do primeiro, parece que todos os meses sem exceção as grandes empresas tentam lançar a sua própria versão de Heartstone ou de Magic The Gathering, disfarçando os mecanismos de jogo com uma falsa inovação da tipologia. Quanto ao segundo, aparentemente nada pode ir muito além de capturar a essência de FTL, Binding of Isaac ou até mesmo o próprio jogo que deu o nome ao estilo, Rogue.
Mas quem diria que o que iria resgatar os dois estilos do mundo da estagnação seria… juntar os dois? E foi isso mesmo o que a Mega Crit decidiu fazer com o seu primeiro jogo, Slay the Spire. Sem mostrar pressas, o open beta esteve disponível por um extenso período, permitindo estruturar a versão final, conduzindo a uma bela conjugação que resultou num jogo viciante e relativamente simples. O gameplay loop é bastante simples: escolher uma das três personagens disponíveis e entrar em quartos que contêm um numero limitado de tipos de encontros, mas, na criação do baralho, a acumulação de itens é onde se encontra a nuance que torna a experiência fascinante, sendo que cada uma das personagens pode adotar múltiplos estilos de jogo que nem sempre são viáveis.
O jogo é integralmente PVE, sendo que há alguns modos que se baseiam na mesma forma de progressão. Apresenta ainda um modo online, no qual o núcleo da competição se encontra na comparação da pontuação no final da prova.
Em suma, uma grande lufada de ar fresco para tipologias saturadas. Mesmo já tendo mais de 150 horas de jogo registadas, não consigo ter uma razão para parar de jogar à vista. Além do jogo base, a comunidade já começou a produzir vários mods que incluem novas personagens e mecanismos e com certeza posso dizer que, embora estejamos no início do ano, é um dos melhores jogos indie, de 2019.